(Carlos Albuquerque) Os grupos terroristas estão se associando ao crime organizado, ambos os atores aproveitam-se das estruturas individuais e passam a atuar conjuntamente, buscando países onde a estrutura político-social encontra-se instável, conseguindo dessa maneira se infiltrarem nestes estados e por meio de uma simbiose se fortalecerem. Um exemplo a ser estudado é a região da Tríplice Fronteira entre Brasil-Argentina-Paraguai, onde inúmeros ilícitos transnacionais são cometidos, sendo destacados os seguintes: tráfico de drogas; tráfico de armas; evasão de divisas; sistema de transferências de dinheiro pelo método hawallah; lavagem de dinheiro; tráfico de seres humanos; falsificação de documentos; tráfico de agrotóxicos; e contrabando de mercadorias (roupas, calçados, cigarros, e eletrônicos) dentre tantos outros.
A situação ainda é mais calamitosa na África, onde em estados falidos, devastados pela guerra civil, pela fome, pelas tensões sócio-políticas, com governantes e agentes públicos altamente corruptíveis, baixos padrões de vida e caos social, os terroristas e criminosos encontram um ambiente perfeito para desenvolver suas operações.
“No passado, o terrorismo estava ligado aos movimentos de libertação, ao pretexto da criação de um Estado ou tinha base nas diferenças de religião, mas se você olhar a lista de grupos terroristas ativos [na África], poderá ver que não é o caso… Está ligado a muitas atividades do crime organizado transnacional”, declarou o Presidente da Força-tarefa da ONU Contra o Terrorismo (CTITF), Jean-Paul Laborde, e mencionou também que a África Ocidental está se tornando mais popular como um destino intermediário na operação de transferência de droga da América do Sul para a Europa e outros lugares, e que os grupos terroristas estão usando fundos angariados neste processo para comprar armas para suas ações.
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