RIO - Foi como uma cena de um filme de Quentin Tarantino. Na tarde do dia 27 de julho de 2010, o cantor mexicano Sergio Gomes, também conhecido como El Shaka, atendeu a uma ligação de um repórter do site de entretenimento La Oreja e brincou com os boatos de que havia sido assassinado por traficantes. "Isso acontece a toda hora e só me incomoda ter que ligar para minha querida mãe, que sofre de problemas do coração, para avisar que estou bem", afirmou ele, irônico. À noite, porém, quando seguia para um show no estado de Sinaloa, dirigindo seu Cadillac vermelho, El Shaka — conhecido por seus narcocorridos, os proibidões do México — sofreu uma emboscada e foi morto com vários tiros.
Quando souberam da notícia, ainda no local do show, os fãs acharam que se tratava de mais um rumor sobre seu ídolo.O que aconteceu com El Shaka não foi uma exceção. Nos últimos cinco anos, pelo menos 12 artistas do (sub)gênero — conhecido por letras que glorificam o tráfico de drogas e seus chefões — foram assassinados, expondo as ligações perigosas entre os músicos e os principais cartéis do país. Apesar disso e de serem considerados malditos pelas autoridades mexicanas, que tentaram bani-los diversas vezes, os narcocorridos sobrevivem como uma espécie de trilha sonora do sangrento combate entre traficantes e forças de segurança que, nos últimos anos, deixou mais de 40 mil mortos no país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário