Nationalia -
[Tradução do Diário Liberdade] Uma nova organização armada reivindica a
"autodeterminação do povo do Azawad" e "o fim da
ocupação" maliana. A retomada da revolta tuareg coincide com a chegada de
combatentes provenientes da Líbia, umha vez caído o governo de Kaddafi. O
Azawad ocupa a metade setentrional do território de Mali, e é povoado
maioritariamente por grupos tuaregs.
Dois dias de confrontos armados entre um novo grupo
rebelde e o exército de Mali evidenciam que se poderia estar gestando uma nova revolta tuareg, alimentada por armas e combatentes chegados da Líbia e
pela perceção da marginalização das terras desérticas do norte. Os
rebeldes, agrupados no Movimento de Libertação Nacional da Azawad (MANDA,
resultado da fusão de outros dois grupos armados anteriores) reclama o
"direito à autodeterminaçao do povo do Azawad" e o "fim da
ocupação ilegal" maliana.
Azawad é o nome que os rebeldes tuaregs dão à
metade setentrional de Mali, formada pelas províncias de Gao, Kidal e Timbuctú,
um território de maioria étnica tuareg. O passado novembro, precisamente à
cidade de Kidal, teve lugar uma marcha onde os manifestantes reclamaram a
organização de um referendo de autodeterminação. Mas a tensão escalou este
janeiro, com os primeiros confrontos armados entre os rebeldes do MANDA e o
exército de Mali. Segundo informações de Associated Press, os rebeldes atacaram
as localidades de Aguelhok, Menaka e Tessalit, e asseguram ter o controle da
primeira. Muito pelo contrário, informações recolhidas para Al Jazeera
assinalam que as tropas malianas repeleram os ataques, e a BBC fala hoje de
"dúzias de mortes" nas fileiras dos rebeldes.
Soldados e armas chegados da Líbia
Do ponto de vista militar, a maioria dos
meios de comunicação especializados naquela área do continente africano coincidem
a assinalar que a retomada da revolta armada se deve à chegada de combatentes
tuaregs desde a Líbia. Até o ano passado, estes soldados estavam às ordens do
coronel Moammar al-Kaddafi. Com a queda do líder líbio depois da guerra civil,
os combatentes tuaregs teriam abandonado Líbia e ter-se-iam unido às forças do
MANDA. O objetivo final é o estabelecimento de um Estado tuareg independente,
em princípio na zona setentrional de Mali.
Os tuaregs, mas, não tão só ocupam esta zona, senão
também os territórios meridionais da Argélia e Líbia e os setentrionais do
Níger. Houve várias revoltas tuaregs, principalmente em Mali e o Níger, desde o
princípio do século XX. Em 2009, alguns rebeldes tuaregs destes dois estados
entregaram as armas, depois de uma mediação encabeçada, precisamente, pelo
coronel Kaddafi.
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