Umar Farouk Abdulmutallab fracassou ao tentar
acionar bomba escondida em sua cueca durante voo da Holanda para os EUA em 2009
Umar Farouk
Abdulmutallab se mostrou desafiante, assim como fez há alguns meses,
quando admitiu ser culpado por todas as acusações relacionadas
à tentativa de explodir um avião da Northwest Airlines durante o voo 253 - com
cerca de 300 a bordo - levando uma bomba escondida em sua cueca. Segundo a
agência Associated Press, ele pareceu satisfeito quando soube de sua pena e defendeu
suas ações, como enraizadas no livro sagrado muçulmano, o Alcorão.
Mais cedo, quatro passageiros e um membro da tripulação a bordo do voo 253 testemunharam à juíza Nancy Edmunds que o evento mudou para sempre suas vidas. Abdulmutallab se mostrou desinteressado durante seus relatos - ele raramente levantava a cabeça enquanto estava sentado próximo às vítimas, com uma capa branca e uma camiseta da prisão.
Abdulmutallab
"nunca expressou dúvida, arrependimento ou remorso sobre sua missão",
disse Nancy. "Pelo contrário, ele vê sua missão como contínua e inspirada
divinamente."
A prisão perpétua é
"somente uma punição pelo que ele fez", disse. "O réu representa
uma significativa ameaça para a segurança dos cidadãos americanos em todo o
mundo".
Abdulmutallab, 25
anos, que foi educado na Europa e é filho de um rico banqueiro nigeriano,
afirmou ao governo que foi treinado no Iêmen sob os auspícios de Anwar
al-Awlaki, um clérigo radical nascido nos EUA que morreu em ataque americano no
Iêmen.
Ele tentou detonar a
bomba em um voo de Amsterdã para Detroit mas o dispositivo falhou e o deixou
com uma grave queimadura. Rapidamente, ele confessou o crime ao ser arrastado
para fora do avião. "Os mujahedim estão orgulhosos de matar em nome de
Deus. E isso é exatamente o que Deus nos diz para fazer no Alcorão. Hoje é um
dia de vitória", disse na corte.
A juíza permitiu que
os promotores mostrassem um vídeo no qual o FBI mostra o poder do material
explosivo encontrado em sua cueca. Abdulmutallab duas vezes disse bem alto:
"Allahu akbar", que significa "Deus é grande".
Abdulmutallab é uma
"impenitente tentativa de ser um assassino em massa que vê seus crimes
como inspirados por Deus e abençoados, e que se vê como alguém sob uma contínua
obrigação de cometer tais crimes", disseram os promotores na corte na
semana passada.
Anthony Chambers,
advogado designado a ajudar Abdulmutallab, disse que a prisão perpétua era uma
punição cruel e inconstitucional para um crime que não feriu ninguém
fisicamente, exceto o réu. Em resposta, o governo disse que houve vários
feridos.
"Ataques
terroristas fracassados continuam a provocar medo no público, que, afinal, é um
de seus principais alvos", disse os promotores em comunicado antes da
sentença.
De fato, Alain
Ghonda, consultante de Silver Spring, Maryland, um dos passageiros do voo 253,
disse que ele agora viaja pelo mundo com muito mais sentimento de alerta após o
ataque fracassado. "Depois de ter essa experiência, você não sabe mais
quem está sentado ao seu lado", disse Ghonda, 40 anos, antes da audiência
desta quinta-feira. "Eles podem parecer passegeiros, mas eles podem querer
lhe ferir."
Com AP
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