Homem do esquadrão antibombas da polícia tailandesa examina mochila deixada por iraniano que usou granadas em Bangkok nesta terça-feira
A elevada tensão entre os governos de Israel e do Irã, originada por conta do programa nuclear iraniano, ganhou força nesta semana com ataques a bomba contra alvos israelenses no exterior e uma nova ameaça velada do governo de Israel ao rival regional. Na segunda-feira (13), alvos diplomáticos de Israel em Tbilisi (Geórgia) e Nova Délhi (Índia) foram atacados e o governo de Israel, prontamente, culpou o Irã e o grupo radical Hezbollah, baseado no Líbano, pelos ataques. Nesta terça-feira (14), um aparente atentado fracassado em Bangkok, capital da Tailândia, fez Israel elevar o tom contra Teerã novamente.
O caso na capital tailandesa foi registrado nas primeiras horas da manhã. Segundo a polícia, uma explosão, aparentemente acidental, ocorreu em uma casa no centro de Bangkok, o que provocou a fuga de três homens do local. Um deles tentou pegar um táxi e, quando o motorista se recusou, ele atirou uma granada embaixo do carro, deixando pelo menos quatro feridos. Perseguido pela polícia, este mesmo homem sacou outra granada, mas ela explodiu e o homem perdeu as duas pernas. Segundo a polícia tailandesa, o homem foi identificado como Saeid Moradi, de nacionalidade iraniana.
Diante dos detalhes do episódio, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, acusou, como conta o jornalHaaretz, o Irã de estar por trás do atentado frustrado:
“O Irã e o Hezbollah são elementos implacáveis de terror que colocam em perigo a estabilidade da região e do mundo”, disse Barak em uma nota oficial, durante visita a Cingapura. |
Sem citar o Irã ou o caso na Tailândia, o ministro da Segurança Pública de Israel, Yitzhak Aharonovitch, afirmou, segundo a CBS News, que seu governo não vai deixar os ataques na Geórgia e na Índia sem resposta.
“Sabemos quem realizou os ataques, sabemos quem os mandou e Israel vai acertar as contas com eles”, disse. |
Se foram mesmo realizados pelo governo do Irã – algo que Teerã jamais admitirá – os atentados podem ser interpretados como uma resposta aos ataques frequentes contra cientistas nucleares do Irã em solo iraniano. Muitos analistas apontam o serviço secreto de Israel como o principal suspeito de encomendar e promover tais ataques, como o que matou Mostafa Ahmadi Roshan, em janeiro.
A principal fonte de tensão entre Israel e Irã é justamente o programa nuclear do iraniano. Para Israel, assim como para boa parte da comunidade internacional, por trás do esforço nuclear do Irã há um desejo de estabelecer um arsenal nuclear. Do ponto de vista de Israel, tal ameaça, junto com as declarações de autoridades iranianas de que Israel deveria ser “aniquilado”, constitui uma ameaça existencial intolerável.
Foto: Apichart Weerawong / AP
José Antonio Lima
Leia também a reportagem no Haaretz:
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