Mais um caso de ações terroristas perpetradas por indivíduos, aparentemente sem apoio externo, que já haviam atuado com extremistas, traz a tona o perigo dos chamados "Lone Wolf Terrorist" (terroristas lobos solitários).
Esse tipo de terrorista atua amparado por motivação interna, executando atos terroristas por sua própria vontade, em apoio a ideologias, normalmente fora de uma estrutura de comando. Nesse caso francês, o autor um franco-argelino, que se dizia membro da al-Qaeda, justificou que os ataques seriam uma vingança contra a "morte de crianças palestinas" e "crimes" da França no Afeganistão.
Recentemente a Inteligência inglesa expressou a preocupação com o retorno de cidadãos residentes no país (estima-se que mais de 50 britânicos lutaram pelo Al-Shabaab), e que retornariam ao país nos próximos anos, advindos de campanhas de apoio a grupos terroristas e rebeldes, classificando-os como potenciais ameaças à segurança interna.
E o Brasil, que não possui legislação antiterrorismo, figurando hoje em mídias no mundo inteiro como palco de grandes eventos nos próximos anos, como estaria preparado para reagir a essas ameaças?
Um esquadrão das forças especiais da polícia francesa cercou na madrugada desta quarta-feira uma casa no norte de Toulouse onde as autoridades acreditam estar o suspeito de ter matado quatro pessoas em uma escola judaica da cidade na segunda-feira.
Os policiais chegaram a entrar na casa, mas saíram após serem recebidos a tiros. Dois policiais ficaram feridos.
Segundo o ministro do Interior francês, Claude Gueant, que está no local, o homem é um muçulmano de 24 anos que teria se declarado afiliado à rede Al Qaeda.
A casa sitiada fica a cerca de três quilômetros da escola judaica onde um rabino e três crianças foram mortas a tiros na manhã de segunda-feira. As autoridades francesas acreditam que o mesmo homem matou três soldados na região na semana passada.
'Vingança'
A polícia prendeu um irmão do suspeito e sua mãe foi levada ao local do cerco para tentar levá-lo a se render.
"Pedimos à mãe que fizesse contato com o filho, que argumentasse com ele, mas ela não queria, dizendo que tinha pouca influência sobre ele", afirmou Gueant.
O ministro disse à TV francesa que o suspeito, que se comunica com a polícia por trás de uma porta, afirmou que queria "vingar crianças palestinas" e os "crimes" da França no Afeganistão.
Promotores disseram que outras operações estavam em andamento para procurar possíveis cúmplices.
Logo após os ataques da segunda-feira, uma grande operação de buscas, envolvendo todas as forças policiais do país, foi estabelecida, diante do temor de que o assassino poderia atacar novamente.
Enterro em Jerusalém
Os corpos das quatro vítimas do ataque na escola judaica (foto abaixo) foram levados a Israel, onde devem ser enterrados nesta quarta-feira, em Jerusalém.
O ministro das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, acompanha os parentes das vítimas em Jerusalém.
Também nesta quarta-feira o presidente francês, Nicolas Sarkozy, deverá ir a uma cerimônia em memória dos soldados mortos em dois ataques separados na semana passada.
A mesma arma foi usada nos três ataques, e a mesma lambreta foi usada pelo suspeito para fugir.
Os três soldados mortos eram de origem norte-africana. Outro soldado, do território francês de Guadalupe, ficou gravemente ferido.
Segundo Gueant, o assassino tinha uma câmera presa ao seu corpo para gravar os ataques.
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