Uma juíza americana condenou nesta quinta-feira (5) a 25 anos de prisão o
traficante de armas russo Viktor Bout (na foto), também conhecido como "O
Mercador da Morte", por conspiração para a venda de armamento à
guerrilha das Farc na Colômbia.
Bout, de 45 anos, acusado de vender armas a ditadores e grupos rebeldes
nos mais sangrentos conflitos em todo o mundo, inspirou o personagem
protagonizado por Nicolas Cage em "O Senhor das Armas" (2005).
A juíza federal de Nova York Shira Scheindlin rejeitou o pedido da
promotoria de prisão perpétua e decretou que "25 anos são suficientes"
para os crimes cometidos por Bout, considerado culpado no dia 2 de
novembro passado.
Em sua últimas palavras antes de conhecer a pena, Viktor Bout, conhecido
como o maior traficante de armas do mundo, afirmou ser inocente e que
"jamais desejou matar alguém".
"Deus sabe a verdade. O tempo responderá por mim", disse Bout, vestido
com uniforme de prisioneiro, sob os olhares da mulher e da filha,
sentadas na segunda fila do tribunal.
Ex-piloto e tradutor das Forças Armadas soviéticas, Bout foi preso em
2008, na Tailândia, em uma operação secreta de agentes americanos. Em
2010, acabou extraditado aos Estados Unidos, após uma longa batalha
judicial que provocou tensão entre Washington e Moscou.
Chamado pelas autoridades americanas de "O Mercador da Morte", Bout foi
acusado de tentar vender a agentes disfarçados mísseis terra-ar que
seriam utilizados pela guerrilha das Farc (Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia) contra aparelhos americanos de combate ao
tráfico de drogas.
As autoridades americanas afirmam que Bout montou uma frota de aviões
de carga da extinta União Soviética para levar armas à África, América
do Sul e Oriente Médio.
A defesa admitiu que Bout administrou uma frota de aviões de carga
adquirida após o colapso da União Soviética, mas insistiu em que jamais
negociou armas.
Bout não é acusado de qualquer crime na Rússia, que sempre manifestou
suas dúvidas sobre a lisura do processo e sobre a intervenção direta de
Washington no caso.
fonte: AFP (via Uol)
fonte: AFP (via Uol)
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