Militantes da al-Qaeda do Magrebe Islâmico (AQMI) atacaram ontem um campo de extração de gás na Argélia, no dia em que as tropas de Paris iniciam ofensiva terrestre no Mali.
A operação, realizada em retaliação pela cumplicidade da Argélia na intervenção da França no Mali, causou três mortos e levou ao rapto de 41 estrangeiros e de 150 argelinos. Os radicais ameaçam matá-los se a França não suspender a intervenção, que ontem entrou em crescendo com o avanço de tropas terrestres francesas sobre Diabaly, onde se envolveram em combates com os rebeldes.
O governo da Argélia confirmou o ataque, realizado por um grupo liderado pelo argelino Moktar Belmokhtar (foto ao lado), que ocupou uma base pertencente à Sonatrach e explorada pela britânica BP e pela norueguesa Statoil. A base é "em Tigantourine, junto a In Amenas, a 100 km da fronteira com a Líbia", referiu o Ministério do Interior, assegurando que "não haverá negociações com os terroristas".
Ao que se sabe, os mortos são um francês, um britânico e um argelino e entre os reféns há sete norte-americanos, cinco japoneses, 13 noruegueses, um francês, um austríaco, um irlandês e inúmeros britânicos.
O grupo da al-Qaeda argelina, apoiante dos rebeldes do Mali, ocupou a base no dia em que 50 blindados com tropas especiais francesas chegadas da Costa do Marfim se envolveram em combates de rua em Diabaly. A cidade, situada a cerca de 350 km a norte de Bamako, capital do Mali, foi ocupada pelos rebeldes na segunda-feira. No local, os residentes alertam que os rebeldes separaram-se e ocultaram-se entre a população.
AGENTE FRANCÊS NA SOMÁLIA VAI SER MORTO
A milícia extremista islâmica somali al-Shabab anunciou ontem que matará o agente secreto francês Denis Allex, sequestrado há três anos e que Paris deu como morto no raide falhado do passado sábado para o libertar. "Foi condenado e o veredicto não será modificado", referiu um porta-voz do grupo no Quénia.
Edouard Guillaud, chefe do Estado-maior francês, acusou os radicais de "manipulação mediática", pois "desde sábado nada indica que continue vivo".
Por:F. J. Gonçalves com agências
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