Autoridades atribuem explosão, a segunda na cidade em menos de 24 horas, a um bombista suicida. Rússia reforça segurança a seis semanas do início dos Jogos de Inverno.
Pelo menos 14 pessoas morreram numa explosão num autocarro eléctrico em Volgogrado, a mesma cidade russa onde no domingo um atentado suicida causou a morte a 17 pessoas.
O comité federal que lidera as principais investigações na Rússia diz ter indícios de que a explosão foi provocado por um bombista suicida - "um homem em cujo corpo foram recolhidos fragmentos que foram recolhidos e enviados para testes genéticos". Vladimir Markin, responsável do comité, citado pela rádio Voice of Russia, não ter dúvidas de que o ataque desta segunda-feira e o que domingo visou a estação de comboio da cidade fazem parte do mesmo plano.
À semelhança do que aconteceu na véspera, o Presidente russo, Vladimir Putin, deu novas ordens para um reforço da segurança em todo o país, com especial atenção para Volgogrado, cidade de um milhão de habitantes situada a cerca de 700 quilómetros do Cáucaso Norte, terreno de actuação de grupos radicais islâmicos nascidos.
A explosão ocorreu pouco depois das 8h (4h em Portugal continental), revelou o Ministério das Situações de Emergência, em comunicado. As imagens já reveladas mostram um autocarro eléctrico totalmente destruído e há relatos de que os edifícios à volta também foram afectados, ficando com vidros partidos.
A explosão ocorreu perto do mercado da cidade, no distrito de Dzerzhinski, e o autocarro seguia cheio de pessoas que iam trabalhar, revelou o repórter da televisão russa Maksim Akhmetov. Há também indicações de que muitos dos ocupantes eram crianças a caminho da escola. O Ministério da Saúde confirmou que 14 morreram e 28 ficaram feridas, duas dos quais em estado crítico.
"Estava a dormir e acordei com uma explosão enorme [...] quando olhei pela janela ainda estava escuro e vi um autocarro destruído por uma explosão e muita gente a correr e a gritar. Alguns estavam feridos, muitos estavam em pânico", contou Alina Averiasova à televisão em língua inglesa Russia Today.
Manchar os Jogos
O atentado de domingo foi atribuído pelas autoridades aos extremistas islâmicos activos na região e foi de imediato associado aos Jogos Olímpicos de Inverno, que arrancam a 7 de Fevereiro em Sochi, estância balnear 690 km a noroeste de Volvogrado, e que Putin quer que sejam uma mostra do ressurgimento da Rússia após o colapso da URSS, em 1991. Um alvo mais do que apetecível para os extremistas: em Julho Doku Umarov, o autoproclamado emir do Cáucaso, divulgou um vídeo em que instruía os militantes a usarem “a máxima força” para impedir a realização dos Jogos.
“A segurança foi reforçada há muito em Sochi por isso os terroristas vão atacar em cidades próximas”, disse à Reuters Alexei Filatov, antigo membro da força de elite antiterrorista Alfa, sublinhando que “são previsíveis mais ataques deste género”. Sexta-feira, um carro armadilhado explodiu em Piatigorsk, 270 quilómetros a leste de Sochi, matando três pessoas.
O presidente do Comité Olímpico russo, Aleksandr Zhukov disse à agência Itar-Tass que "no que diz respeito aos Jogos de Sochi já foram tomadas todas as medidas preventivas". "Não creio que sejam adoptadas novas iniciativas depois destes ataques, estamos confiantes que tudo o que podia ser feito já foi feito".
A Russia Today noticiou que, por precaução, a polícia decidiu evacuar a Praça Vermelha, o ponto mais central e emblemático de Moscovo. A empresa de caminhos-de-ferro russa está também a aconselhar os passageiros a dirigirem-se mais cedo para as estações, alertando que o reforço da segurança provocará maiores filas. Pede ainda aos passageiros que reportem à polícia qualquer pessoa ou movimento que considerem suspeito.
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