Dezessete cartas escritas pelo líder da rede Al-Qaeda, Osama Bin Laden, e por pessoas de alta hierarquia na organização foram divulgadas nesta quinta-feira pelo Centro de Combate ao Terrorismo (CTC, na sigla em inglês), um braço de pesquisa da academia militar de West Point, nos Estados Unidos.
Link para download das cartas: Letters from Abbottabad: Bin Ladin Sidelined?
As 175 páginas originais de cartas, escritas entre setembro de 2006 e abril de 2011 – uma semana antes da morte de Bin Laden –, mostram um líder frustrado com o que considerava ser uma "incompetência" das afiliadas da Al-Qaeda principalmente no Iraque e na Península árabe.
Nelas, Bin Laden critica repetidamente o que chamava de matança indiscriminada de "irmãos muçulmanos".
As cartas mostram que o mentor dos atentados de setembro de 2001 em Nova York e Washington queria se distanciar da milícia somaliana Al-Shabaab, que diz atuar em nome da Al-Qaeda, e do Talebã paquistanês, cuja "ideologia, método e comportamento" quase criaram um desentendimento público com a rede.
Em vez de um líder orquestrando ataques no mundo islâmico, os documentos liberados mostram que Bin Laden tinha pouca influência sobre as ações destes grupos.
Entretanto, os autores de um relatório que acompanha as cartas lembram que as correspondências são apenas uma "fração" dos supostos 6 mil documentos apreendidos pelas forças americanas na operação que matou Bin Laden no Paquistão, um ano atrás.
"Precisamos ser extremamente cautelosos em relação à ideia de que a Al-Qaeda está derrotada", escrevem. "Os problemas colocados pelo jihadismo (a luta muçulmana empreendida por esses grupos) e o extremismo violento continuarão a mudar (para se adaptar às novas realidades)."
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